No mundo civilizado, o primeiro
conceito de ‘open-space’ foi introduzido pela arquiteta francesa Charlotte
Périand, o braço direito do conhecido mestre e arquiteto modernista Le
Corbusier.
Como mulher, Charlotte Périand,
(1903-1999), revolucionou as áreas sociais dos apartamentos, projetando as
cozinhas abertas sobre as salas e evitando que as ‘donas de casa’ se sentissem
excluídas das atividades familiares que aconteciam enquanto elas preparavam as
refeições.
Foi este um primeiro “ensaio”, em
termos de design de interiores, do que viria a ser um modelo de uma nova
arquitetura do espaço, mais em voga nas últimas décadas.
No final dos anos 80, em especial
nos centros das grandes cidades norte-americanas, intelectuais e artistas de
diferentes quadrantes começaram a recuperar grandes armazéns abandonados,
abdicando do conforto dos tradicionais e compartimentados apartamentos, a favor
de um espaço muito mais informal, mas também mais amplo e liberto.
Esta foi a forma que encontraram
para a baixo custo se manterem no centro das cidades, adaptando os pés direitos
duplos e triplos a espaços com características de habitabilidade.
Hoje em dia, em pleno século XXI,
quais os prós e contras de vivermos em ‘Open spaces’?
O ritmo de vida das sociedades
modernas condiciona cada vez mais o tempo em família. Neste sentido, o ‘open
space’ pode constituir uma oportunidade de estarmos mais próximo das pessoas
com quem vivemos, dado que a inexistência de barreiras arquitetônicas pode
promover os laços familiares.
Mas o bom senso impõe limites e
obriga-nos a fazer escolhas conscientes. Um casal com filhos adolescentes, por
exemplo, dificilmente viveria harmoniosamente num ‘open space’, dada a
necessidade que os filhos sentem de, nesta fase da vida, se isolarem e fazerem do
seu quarto o seu território.
Tendencialmente um ‘open space’ é
um espaço ideal para pessoas que moram sozinhas ou para casais sem filhos e
naturalmente com gostos comuns. Aliás esta é uma das regras dos ‘open spaces’:
com esta arquitetura de espaço, os seus habitantes têm de partilhar ritmos de
vida semelhantes, gostos, tendências, etc.
A privacidade é um valor a
manter, mesmo num espaço com esta filosofia. Neste caso, existem diversas soluções
para compartimentar um ‘open space’, desde separadores de ambientes, biombos,
painéis deslizantes, entre outros. Desta forma estaremos a criar espaços dentro
do espaço.
Fonte: Quarto Sala
Fotografia: JDias
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